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24 de maio de 2010

Tarzan: mais um lançamento da Devir

Por E. Rodrigues
Postado originalmente em 18/mai/10. Incluídos: imagens expansíveis da capa, prefácio integral de Joe Kubert, texto de Leandro Luigi Del Manto e biografias dos autores.

A Devir lança nesta semana Tarzan: A Origem do Homem-Macaco e Outras Histórias. O encadernado saiu primeiro em 2005 pela Dark Horse e traz a reedição das aventuras originalmente publicadas em Tarzan de #207 a 214 (abr a nov/72, DC Comics). Escrita e desenhada por Joe Kubert, Origin of the Ape Man é uma adaptação do romance seminal de Edgar Rice Burroughs.


Press release

Tarzan: A Origem do Homem-Macaco e Outras Histórias
Devir — 208 páginas coloridas em papel off-set — capa cartão com orelhas — formato 16,5 × 24,0 cm — R$ 49,00

Publicadas originalmente nos anos 1970, as histórias desta edição contam a origem de Tarzan, o Rei das Selvas, o clássico personagem de aventura criado por Edgar Rice Burroughs criado no início do século XX e que, desde então, tem cativado fãs de todas as idades no mundo todo. Um dos personagens de ficção mais populares de todos os tempos, Tarzan resgata em tempos modernos o mito do ser-humano em harmonia com a natureza e em conflito com a humanidade, questionando a ambição do homem e os valores morais da nossa sociedade.

Neste volume, o leitor poderá se deliciar com a origem do herói recontada no texto e no traço de Joe Kubert, uma das maiores lendas dos quadrinhos mundiais, que fez uso de todo o seu talento para adaptar o romance original de Burroughs numa história em quadrinhos considerada por críticos no mundo todo como uma verdadeira obra-prima. Ação, mistério, romance, cenários exóticos... Todos os elemntos de uma boa história de aventura estão presentes nas páginas deste livro.

Emoções primitivas se manifestam quando Tarzan descobre os prazeres e perigos da selva africana, e as muitas ameaças representadas por homens e feras! Este volume inclui a cultuada adaptação do primeiro romance do Rei das Selvas escrito em outubro de 1912 por Edgar Rice Burroughs e outras histórias inspiradas em seus livros clássicos - todas escritas, desenhadas e editadas pelo lendário quadrinista Joe Kubert!

Esta edição traz ainda uma matéria especial contando a história do personagem em todas as suas publicações de quadrinhos, das tiras de jornal de 1929 até os dias de hoje!



Prefácio — Joe Kubert

Minha lembrança de como nasceu o meu amor por desenhos e tiras em quadrinhos foi lendo Tarzan, de Edgar Rice Burroughs, ilustrado por Hal Foster. A tira aparecia no New York Mirror, um jornal tamanho tabloide do começo dos anos 1930. Tarzan sempre era impresso na última página da seção de quadrinhos, assumindo aquele espaço inteiro em cores. A tira não era publicada diariamente. Era apenas aos Domingos que surgia a magia.

Eu desenho desde que era velho o bastante para segurar um lápis (ou um pedaço de giz). Meu tema predileto eram os “caras musculosos”. E, como a maioria dos jovens começando a desenhar e a entender anatomia, proporções e perspectiva, as figuras que eu desenhava eram exageradas. Os músculos saltavam de todos os lugares concebíveis. Músculos em cima de músculos.

Mas, ao ler Tarzan de Foster, assimilei um fato evidente e uma importante lição.

Naqueles desenhos belissimamente representados, mas enganosamente simples, Tarzan, o Homem-Macaco tornara-se uma entidade viva. As figuras eram reais e intensas. E a credibilidade dos personagens e cenários transportavam um garoto morando na Avenida Sutter, na Zona Leste do Brooklyn de Nova York, para o misterioso mundo verdejante e vibrante da selva africana.

Quando Tarzan lutou com o gorila que havia matado seu pai, eu podia literalmente sentir os poderosos golpes na pele do homem e a dolorosa dilaceração das presas e garras da fera. Quando o enorme leão desafiou o Senhor das Selvas, eu podia sentir a força das pernas do Homem-Macaco envolvendo o corpo do grande felino, enquanto ele cravava sua faca várias vezes no coração da fera enraivecida. A habilidade com que Hal Foster conseguia criar aquela sensação de total realismo e credibilidade era mágica.

Agora avance comigo uns quarenta ou cinquenta anos depois. Eu sou um desenhista profissional desde os onze anos, e tive a boa sorte de trabalhar com alguns escritores maravilhosos. Pessoas como Bill Finger, que escreveu algumas das minhas primeiras histórias do Gavião Negro; Gardner Fox, que roteirizou as aventuras do Flash e muitos outros personagens de histórias em quadrinhos; e, é claro, Bob Kanigher, editor e autor da revista do Sargento Rock e de outros títulos numerosos demais para mencionar aqui.

Como resultado de um pedido do meu bom amigo e, na época, publisher, Carmine Infantino, tornei-me um editor na DC Comics, com minhas responsabilidades incluindo revistas de guerra, capas e o maior número de histórias do Sargento Rock que eu tivesse tempo de fazer.

Num belo dia ensolarado, Carmine me chamou à sua sala. “Joe”, ele disse com um largo sorriso, “o que você acha de fazer Tarzan?” Carmine e eu nos conhecíamos desde que entramos nesse negócio. Se havia alguém que sabia do meu amor por Tarzan de Burroughs, esse alguém era ele.

Eu mergulhei de cabeça no projeto.

Ali surgia uma oportunidade para mim de voltar a me conectar com as alegrias da minha infância. De me inserir no mundo de Tarzan, o Homem-Macaco, e de escrever e desenhar o personagem que fora uma inspiração para mim.

Para começar, eu reli todos os romances de Tarzan. Esse foi o primeiro passo para voltar a me familiarizar com a origem. Depois, estudei o trabalho de Foster, sendo que parte dele eu nunca tinha visto antes. Descobri que Tarzan apareceu primeiro nos jornais como uma série de ilustrações legendadas em vez de painéis sequenciais. Na verdade, Foster nunca incluiu balões para diálogo em Tarzan ou no seu trabalho posterior, Príncipe Valente. Minha intenção ao fazer Tarzan era injetar a emoção e a proximidade que senti quando li suas histórias pela primeira vez. Eu me esforcei ao máximo para recapturar a realidade que fora tão intensa para mim.

A experiência de fazer essas revistas, que você agora tem em mãos, foi um prazer incomparável, e estou grato pela Dark Horse ter decidido republicar meu trabalho dessa forma.

Espero que você aprecie meus esforços e, se você decidir ler os romances originais de Edgar Rice Burroughs pela primeira vez (ou ler tudo de novo), eu terei realizado meu objetivo.

Dover, Nova Jersey
15 de abril de 2005


As Muitas Lendas do Homem-Macaco
Uma breve história das aventuras de Tarzan no Mundo dos Quadrinhos

Criado pelo escritor norte-americano Edgar Rice Burroughs, Tarzan apareceu pela primeira vez no romance Tarzan of the Apes (Tarzan, o Filho das Selvas), publicado na edição de outubro de 1912 da All-Story Magazine, uma das muitas publicações pulp que encantaram tantas gerações de jovens leitores na primeira metade do século 20. Custando apenas quinze centavos de dólar, aquela edição trazia na capa o herói selvagem empunhando uma faca e montado no dorso de um leão enfurecido. Na época, Thomas Metcalf, o editor da All-Story Magazine, disse que, em vez de serializar a história em capítulos publicados em diversos números (como era de praxe naqueles dias), ele preferiu publicar a história na íntegra, pois simplesmente não conseguiu parar de ler um segundo sequer a fantástica narrativa de Burroughs. Nessa primeira história, o autor revelou como o filho de Lorde e Lady Greystoke foi criado pelos gorilas nas selvas africanas e tornou-se o grande aventureiro branco que comandava e enfrentava todo tipo de fera selvagem e causava terror nos corações dos indígenas e exploradores incautos. Os leitores adoraram ser transportados para aquela África totalmente fictícia, mas cheia de perigos que qualquer um conseguia imaginar. O sucesso foi estrondoso! A partir desta primeira história (que só seria lançada na forma de livro em 1914), vieram muitos outros romances, contos, filmes, séries de TV, desenhos animados, peças de teatro, novelas de rádio, tiras de jornais, revistas em quadrinhos, sem falar em toda uma infinidade de produtos licenciados, como brinquedos, vestimentas, alimentos, cadernos, material escolar etc, distribuídos pelos quatro cantos do globo.

Mas, de todas as versões sobre o destemido Homem-Macaco, a que mais se aproximou do herói idealizado por Burroughs para a literatura foi a dos quadrinhos. Os direitos de adaptação para as tiras diárias dos jornais haviam sido comprados por um publicitário chamado Joseph H. Neebe, que, em 1928, convidou o artista Allen St. John (que ilustrava os livros de Tarzan) para desenhar as tiras. St. John recusou o convite por achar que uma versão em quadrinhos não daria certo e o trabalho acabou caindo nas mãos do jovem artista publicitário Harold Foster. A ideia era colocar os textos e diálogos dos livros escritos por Burroughs embaixo de cada ilustração. E assim foi feito. No entanto, Neebe não conseguiu levar o projeto adiante e teve que recorrer ao Metropolitan Newspaper Service para distribuir as tiras a alguns jornais. Essa primeira série de 60 tiras diárias estreou em 7 de janeiro e foi até 16 de março de 1929. A reação dos leitores aos desenhos de Foster foi muito positiva, mas, infelizmente, ele havia retornado ao seu trabalho como ilustrador publicitário. A solução foi recorrer ao desenhista Rex Maxon, que adaptou o segundo livro do herói: The Return of Tarzan (A Volta de Tarzan). O sucesso continuou! Então, em 1930, a United Feature Syndicate comprou a Metropolitan e os novos editores decidiram que era hora de aproveitar a popularidade do Homem-Macaco. Assim, foi criada uma página dominical no dia 15 de março de 1931, e Maxon ficou incumbido de produzi-la também. No entanto, o resultado não foi dos melhores, pois, embora fosse muito talentoso, ele estava muito acostumado com o formato horizontal das tiras diárias. Além disso, o próprio Burroughs não gostava muito do trabalho de Maxon e mandava constantes reclamações aos editores. Por essa razão, em 27 de setembro de 1931, Harold Foster foi chamado para substituí-lo. Com total liberdade para fazer o que quisesse numa página inteira, ele praticamente revolucionou o conceito de páginas dominicais, utilizando-se de técnicas cinemáticas, panorâmicas e muito dinamismo para contar histórias que não eram mais apenas adaptações dos escritos de Burroughs, mas aventuras originais. Com certa ironia, foi graças ao talento de Foster que Tarzan ganhou nos quadrinhos toda a grandeza épica que os livros de seu criador inspiravam no início.

O trabalho incomparável de Foster chamou a atenção do magnata dos jornais William Randolph Hearst, dono da rival King Features Syndicate. Oferecendo mais dinheiro e a chance de produzir uma página de sua própria autoria, Hearst tirou Foster dos cenários africanos para criar outro épico dos quadrinhos: O Príncipe Valente. Assim, Burne Hogarth, que havia estudado com Allen St. John e trabalhava em outras tiras diárias, foi contratado para assumir as páginas dominicais do Tarzan a partir de 9 de maio de 1937. A princípio, ele tentou imitar os desenhos de Foster, mas, aos poucos, foi deixando que seu próprio estilo conquistasse os leitores, que curtiram o visual mais musculoso do herói e a vegetação exótica e retorcida que ele inseriu nos cenários. Sob o texto de Donald Garden (que também escrevia as tiras diárias), Hogarth foi responsável por alguns dos grandes momentos do personagem, fazendo com que suas histórias se tornassem um verdadeiro sinônimo de ação. Ele desenhou as páginas dominicais ininterruptamente até dezembro de 1945, quando decidiu tentar a sorte com uma tira de sua própria autoria chamada Drago, e foi substituído por um breve período de 2 anos pelo porto-riquenho Ruben “Rubimor” Moreira.

Em agosto de 1947, Hogarth retornou para escrever e desenhar a página, mas ele já não tinha mais o mesmo empenho e paixão pelo personagem. Após passar as páginas para que seus próprios alunos da New York School of Visual Arts desenhassem, ele abandonou a série dominical em 1950.

Enquanto isso, nas tiras diárias, Rex Maxon, após um breve período afastado (junho de 1936 a janeiro de 1938), quando foi substituído por William Juhre, permaneceu como desenhista até agosto de 1947, quando a série, então, passou pelas mãos de vários artistas: Dan Barry (de 1947 a 1949), John Lehti (1949), Paul Reinman (de 1949 a 1950), e Nicolas “Nick Cardy” Viskardy (até julho de 1950). A partir daí, Bob Lubbers assumiu tanto as tiras diárias quanto as dominicais, unificando pela primeira vez as duas sequências de Tarzan nas mãos de um só desenhista. Lubbers permaneceu como desenhista oficial até janeiro de 1954, quando a pena passou para as mãos do competente e talentoso John Celardo, que ficou no cargo durante quatorze anos seguidos! Então, em 1968, Russ Manning (que estava desenhando as histórias do Rei das Selvas nas revistas em quadrinhos) devolveu ao personagem um pouco do seu esplendor e elegância, resgatando elementos das épocas áureas de Foster e Hogarth. Apesar dos esforços de Manning, a popularidade das tiras diárias de Tarzan foi caindo até que os editores decidiram cancelá-las (passando a republicar tiras antigas) e manter apenas as dominicais. O desenhista continuou firme até 1979, quando foi substituído pela genial dupla Archie Goodwin (texto) e Gil Kane (arte), que produziram ótimas histórias até 1981, quando a missão ficou a cargo do espetacular Mike Grell. Finalmente, em 1983, Gray Morrow assumiu a página e a desenhou até o ano de sua morte, em 2001. Infelizmente, isso marcou o fim dos quadrinhos de Tarzan nos jornais, que passaram apenas a republicar tiras e páginas clássicas.

Nas revistas em quadrinhos, a carreira do Homem-Macaco também teve seus altos e baixos. De certa forma, ele foi publicado em forma de livro em quadrinhos em 1929 (mesmo ano em que surgiram as tiras diárias do herói!), quando a editora Grosset & Dunlap reeditou as tiras diárias em preto e branco numa edição de capa dura, custando 50 centavos de dólar. O mesmo volume foi relançado em 1934 pela metade do preço (por causa dos anos da depressão econômica). Foi somente em abril de 1936 que uma sequência desenhada por Foster foi reunida e republicada em cores numa revista chamada Tip Top Comics. Depois, em 1938, foi a vez de Comics on Parade, que recoloriu tiras de Foster e Maxon e as reuniu sequencialmente em forma de páginas. No ano seguinte, foi a vez da Western Publishing, através da editora Dell Comics, republicar o primeiro trabalho de Foster em forma de revista, mas com a inserção de algumas artes feitas por Henry Vallely. Em 1940, a United publicou uma edição especial que reimprimia a fantástica sequência de Tarzan no Egito desenhada por Foster. No ano seguinte, ela lançou a revista Sparkler Comics, que trouxe as páginas dominicais de Burne Hogarth (que também desenhou algumas capas para a revista).

Foi apenas em 1947 que a Dell Comics lançou a primeira revista em quadrinhos trazendo aventuras originais do Rei das Selvas: Tarzan and the Devil Ogre, com arte de Jesse Marsh. Devido ao enorme sucesso, foi publicada no ano seguinte Tarzan and the Tohr. Ambas as publicações fizeram tanto sucesso, que a editora decidiu lançar uma revista mensal em janeiro de 1948, sendo publicada até agosto de 1962, quando a Western e a Dell se separaram, e foi criada a Gold Key Comics, que continuou a série a partir do número 132 (novembro de 1962) e a publicou até o número 206 (fevereiro de 1972). A série apresentava arte de Jesse Marsh, Russ Manning e Doug Wildey, incluindo adaptações dos trabalhos de Burroughs e histórias originais (quase todas elas escritas por Gaylord DuBois). Também foi lançada pela editora uma série chamada Korak, Son of Tarzan de 45 números (de janeiro de 1964 a janeiro de 1972), que contava as aventuras de Jack Clayton, o filho de Tarzan e Jane.

Em 1972, a Edgar Rice Burroughs Inc. decidiu encerrar seu relacionamento com a Gold Key e licenciou os direitos de produzir histórias em quadrinhos do Tarzan para a DC Comics, que publicou a série do número 207 até 258 (abril de 1972 a fevereiro de 1977), com texto, arte e edição do espetacular Joe Kubert. Os primeiros números dessa fase você acabou de ler neste volume, que traz algumas histórias consideradas verdadeiras joias da arte sequencial e cultuadas por fãs no mundo todo. A DC também deu continuidade à série de Korak, que foi publicada dos números 46 ao 59 (junho de 1972 a outubro de 1974). Em 1977, as histórias do Rei das Selvas passaram a ser publicadas pela Marvel Comics, que rebatizou a série de Tarzan, Lord of the Jungle. Preferindo não dar sequência à numeração das editoras anteriores, a Marvel lançou apenas 29 edições e três anuais (de junho de 1977 a outubro de 1979), apresentando, principalmente, arte do mestre John Buscema.

Começando em 1996, a Dark Horse Comics tem publicado diversas séries do Homem-Macaco, desde reedições de materiais clássicos da Gold Key, da DC e compilações de Russ Manning, até histórias inéditas escritas e ilustradas por talentosos nomes dos quadrinhos atuais, como: Thomas Yeates, John Totleben, Bruce Jones, Arthur Suydam, Lovern Kindzierski, Bernie Wrightson, Michael Kaluta, Joe Lansdale, Gary Gianni, Charles Vess, Mark Schultz, Tim Truman, Al Williamson, Darko Macan, Igor Kordey, Walter Simonson, Lee Weeks e Carlos Meglia, entre tantos outros. Curiosamente, a Dark Horse lançou três séries bastante incomuns apresentando crossovers do Homem-Macaco com Batman, Superman e (pasme!) o Predador (aquele mesmo, dos filmes do cinema!). E o mais espantoso é que (pelo menos na minha opinião) são histórias interessantes e que cumpriram seu papel de atrair a atenção de novos leitores para o clássico personagem. Atualmente, a editora está lançando luxuosas edições reunindo as histórias desenhadas por Jesse Marsh.

Um caso bastante bizarro na história dos quadrinhos é que a Charlton Comics publicou uma série do personagem, de 1964 a 1965, chamada Jungle Tales of Tarzan, acreditando erroneamente que o personagem havia caído em domínio público. Foram apenas quatro edições com arte de Sam Glanzman.

Aqui no Brasil, Tarzan foi publicado pela primeira vez por Adolfo Aizen (considerado por muitos como o “Pai das Histórias em Quadrinhos no Brasil”) no Suplemento Juvenil número 31 (10 de outubro de 1934), que trazia a primeira HQ desenhada por Harold Foster. Depois, o Suplemento ainda publicaria histórias de Hogarth e Maxon. Mais tarde, em 1951, Aizen lançaria pela Ebal a primeira revista do herói com título próprio. Aliás, Tarzan foi publicado pela editora até 1989, quando adquiriu material do personagem produzido pela editora europeia Marketprint, da antiga Iugoslávia. Durante esse longo período, praticamente todos os clássicos do Homem-Macaco foram editados pela saudosa Ebal no Brasil, onde o personagem sempre teve uma fiel legião de fãs.

Nosso destemido herói das selvas africanas teve papel importante na cultura mundial e hoje é um dos personagens fictícios mais populares de todos os tempos. Ele atingiu esse invejável status graças aos livros, ao cinema e à TV, mas, certamente, os quadrinhos sempre foram a mídia que melhor conseguiu conquistar o imaginário dos fãs, depois dos livros escritos por Burroughs.

— Leandro Luigi Del Manto
São Paulo, abril de 2010


Biografias dos criadores

Edgar Rice Burroughs nasceu no dia 10 de setembro de 1875, na cidade de Chicago, e se formou na Michigan Military Academy em 1895, onde também serviu como instrutor. Burroughs escreveu seu romance de estreia, A Princess of Mars, em 1911, e a obra apareceu pela primeira vez em na revista All-Story, em 1912. Tarzan dos Macacos apareceu pela primeira vez na edição de outubro de 1912 da All-Story e foi publicado como livro em junho de 1914 pela A.C. McClurg & Co. Nos anos seguintes até sua morte em 1950, Burroughs escreveu noventa e um livros e uma infinidade de contos e artigos. Talvez melhor conhecido por ser o criador de Tarzan e John Carter de Marte, a imaginação inquieta de Burroughs não conhecia limites, e seu Homem-Macaco continua sendo um dos personagens mais conhecidos da literatura no mundo todo.

Os pais de Joe Kubert vieram da Polônia para os Estados Unidos em 1926, quando Joe tinha dois ou três meses de idade. Aos onze anos, ele começou a trabalhar na área das revistas em quadrinhos como aprendiz de um estúdio de produção. Ele tem trabalhado no meio desde então, e sua história de mais de setenta anos na mídia inclui a criação de histórias memoráveis de personagens como Sargento Rock, Ás Inimigo, Gavião Negro, Tarzan, Batman e Flash. Suas graphic novels mais recentes são Yossel e Jew Gangster, além das séries que escreveu e ilustrou do Sargento Rock e do Tor. Uma das muitas realizações de Joe foi a fundação, junto com a esposa Muriel Kubert, da primeira – e ainda única – escola aprovada devotada somente à arte do desenho e da narrativa gráfica. Inaugurada em 1976, The Joe Kubert School of Cartooning and Graphics já formou muitos dos principais desenhistas da atualidade. Muriel faleceu no dia 8 de julho de 2008 e Joe Kubert vive em Dover, Nova Jersey. Ele tem cinco filhos e um bando de netos maravilhosos. Seus filhos mais jovens, Adam e Andy, são astros da indústria hoje em dia.

2 comentários:

  1. Acho que a EBAL nos anos 70 lançou alguma coisa parecida. Pretendo comprar.

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  2. Acho simplesmente maravilhosas todas as edições de TARZAN desde a Editora EBAL, alem do mais; começei a aprender a desenhar com esses gibis maravilhosos e com certeza colecionaria esses exemplares no caso de um relançamento

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